terça-feira, 17 de setembro de 2013

A ilusão de Las Vegas em Macau



O mágico e ilusionista norte-americano Joel Ward regressa para uma série de três espectáculos. O ilusionista que gosta de surf e criou para si uma imagem “de homem normal, que faz coisas incríveis” promete um espectáculo interactivo ao estilo de Las Vegas. A partir de hoje no Centro Cultural.



Cláudia Aranda



Fazer pequenos truques com cartas já todos o quisemos fazer, seja em criança ou em adultos. Talvez, até, tenhamos sido bem sucedidos. Mas daí a tornarmo-nos grandes “mágicos”, já é outra história. “Saber os truques não basta”, avisa desde já o norte-americano Joel Ward, nascido e criado em San Diego, que agora regressa a Macau para espalhar magia durante três dias no Centro Cultural (hoje, amanhã e depois).

“É preciso criatividade, dedicação e paixão pela arte, trata-se de querer mesmo aprender, gastar tempo a aprender, a fazer truques, a aperfeiçoar e provar aos profissionais que estamos a ser sérios, esta é a única forma de os mágicos se ajudarem uns aos outros e ensinarem-nos outros truques”, conta Ward. Para chegar a esse ponto é necessário começar por aprender os “truques clássicos” mas, também, “trazer algo de novo na forma de execução”. Se alguém tiver “ideias boas e criativas”, e for capaz de sugerir “novas formas de apresentar velhos truques”, é já meio caminho andado para chegar ao topo.

“Trata-se de trazer algo de novo ao showbiz da magia e da comédia.” No seu caso, Joel Ward diz que o primeiro elemento diferenciador em relação a outros mágicos é a personalidade. “Não sou o mágico típico, que se apresenta sério e obscuro e que pretende ter poderes.” Ward afirma ser “o oposto”. Ele representa o “sunshine style magic”, ou seja, ele é qualquer coisa como o “mágico do sol”. É divertido e alegre: “Sou apenas um tipo normal que faz uns truques, acho que esse tipo de combinação funciona muito bem, o tipo normal que faz coisas incríveis, com quem as pessoas se identificam”. Joel Ward dá o exemplo de um outro mágico e ilusionista americano, David Copperfiled, que se apresenta com uma imagem “misteriosa”. “Eu sou o oposto dessa imagem”, diz. “Sou apenas um jovem da Califórnia, que gosta de surf, de praia e de sol.” E de fazer magia.

Aos jovens e menos jovens de Macau que queiram aprender a ser mágicos, Joel Ward recomenda começarem por procurar livros e a aprender a manipular cartas, moedas e pequenos objectos. Também na Internet, no Youtube, “há imenso truques”. “Recomendo o uso dessa informação, que é de graça.” Ward não deixa de recomendar aos estreantes para tentarem ser “inovadores”, não basta só copiar. “É muito fácil copiar, mas tentem criar um estilo próprio e uma forma de expressão única”. Esta é a forma “de dar nas vistas” no seio da comunidade de mágicos – “fazer coisas diferentes”. JWard recomenda ainda aos principiantes que comecem por praticar um truque com uma moeda, o “the french drop”. Quem conseguir tornar-se exímio neste truque, consegue supostamente chegar longe na carreira.



O truque chinês



O mágico explica como cresceu no mundo da magia. Primeiro “aprende-se com os livros”, de forma autodidacta. O passo seguinte é atrair a atenção dos profissionais e encontrar “um mentor” que ensine outros truques. Para Joel Ward, o passo mais difícil foi convencer a comunidade de mágicos a “crédito” e a “apadrinhá-lo”. “Tive de aprender truques para mostrar a outros mágicos que estava a ser sério, que queria mesmo ser mágico, que gostava de magia. Tive de mostrar que sabia acrescentar algo à arte e que não era apenas alguém curioso que sabia fazer truques.”

Para ganhar a confiança dos seus pares, Joel Ward começou a esforçar-se por conseguir a admissão em organizações de mágicos e ganhar concursos de magia. A viragem na carreira aconteceu aos 15 anos, quando se classificou em primeiro lugar na competição da International Brotherhood of Magicians (ABM), que é a maior organização de mágicos. A partir daí começou a despertar a curiosidade no seio da comunidade de mágicos em Las Vegas. O “mestre” Lance Burton reparou no jovem Joel e telefonou-lhe, para participar como convidado no seu programa de televisão.

Em 1998, Joel Ward tornou-se membro da Academia de Artes e Ciências Mágicas (Magic Castle), estabelecida em Hollywood. Esta academia é, supostamente, muito exclusiva e apenas admite “os melhores do mundo”.

Joel Ward faz magia há 22 anos. Tudo começou com um truque chinês “inventado há centenas de anos, no século XII ou XIII”, conhecido pelo nome “Chinese linking rings”, com o qual este surfista da Califórnia se estreou nas artes mágicas. Tinha apenas seis anos e havia sido chamado ao palco para participar de um espectáculo de magia na escola. Na altura, o pequeno Joel fez um brilharete perante os colegas. “És um mágico”, disse-lhe o performer na altura, predestinando o futuro de Joel. O jovem ficou tão entusiasmado que decidiu que era mesmo isso que queria fazer da vida.

Depois da sua presença no ano passado na Gala Mundial de Estrelas Mágicas, Joel Ward regressa ao território a convite da Associação de Ilusionismo de Macau para três espectáculos, no Centro Cultural de Macau. O primeiro tomo de ilusionismo e magia intitulado “The Magic World of Joel Ward” é hoje. Seguem-se outros dois espectáculos na quarta e quinta-feira. Joel Ward afirma ser um “show destinado a toda a família”, que combina ilusionismo “bem ao estilo de Las Vegas” com muita comédia. Miúdos e adultos, dos “cinco aos 100 anos de idade podem contar divertir-se com este espectáculo”.

Ward promete um espectáculo “interactivo”. O mágico vai fazer desaparecer e aparecer dinheiro, e vai convidar para o palco membros do público para fazer deles “mágicos por alguns minutos”. O ilusionista vai actuar contando com a assistência da bailarina Blair Ieong, contratada localmente.

fonte
 http://pontofinalmacau.wordpress.com/2013/09/17/a-ilusao-de-las-vegas-em-macau/

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