sábado, 13 de agosto de 2011

Dos bufês ao teatro: ilusionista Gurguren propõe o flerte entre mágica e arte


Em tempos de "O Astro", o ilusionista Gurguren se vê comparado a Herculano Quintanilha. Antes de listar as semelhanças, necessita-se afirmar que tais não estão ligadas ao tino galã da personagem. A união se rende exclusivamente ao campo profissional. Tanto lá, na fantasia, quanto cá, no real, os intérpretes da ilusão buscam agregar aos truques doses de arte. Mais do que isso, entre um espetáculo e outro, Gurguren se depara com questões à la Mister M. sobre a novela: "Como ele fez aquilo?", perguntam. Prontamente, o ilusionista explica a mágica, mas não a revela. Comparações à parte, Gurguren fica em cartaz sábado (13) e domingo (14) no Teatro de Arena Elis Regina, em Americana, com o espetáculo "Let's go Vegas".

Saiba mais: Ilusionista Mario Kam explica truques de Rodrigo Lombardi em "O astro"O título presta um tributo ao fascínio do ilusionista: Las Vegas. "É a capital do entretenimento e dos grandes shows de mágica", avalia Gurguren, de 31 anos (13 deles dedicados ao ofício). Não para por aí: a cidade norte-americana norteia o fio dramatúrgico do espetáculo de mágicas, que não se estabelece apenas às virtuoses de ilusão. Dividida em 13 atos, a montagem ganha toques de teatralidade. Gurguren explica: "Logo no começo instigamos o espectador a viajar a Las Vegas e conhecer a sua história e como a cidade se transformou naquilo". Em compensação, no ato "Casa dos Fantasmas" uma lenda foi criada para nortear o quadro. "Conta a história de uma casa onde mágicos vão ensaiar seus números e, em determinado momento, quem passa por ali desaparece".

Quando a conversa paira sobre a mágica como arte, Gurguren aproveita para desabafar. O País está carente de assistir a espetáculos deste gênero, reconhece. "A ilusão no Brasil ainda está muito ligada a eventos de empresas ou a festinhas de aniversário. Diferente de lá fora, que a plateia adquiriu o hábito de ir ao teatro para assistir a mágicas", destaca. Em tom de digressão, o ilusionista se recorda de como trilhou pela primeira vez pelas veredas da magia. Coincidências ou não, no bufê do seu pai. Bastou assistir à performance de um mágico para passar a imitá-lo: "Aprendi com ele a mágica da água no jornal e da corda tripla", lembra dos primeiros números. Não parou mais.
Em "Let's go Vegas", a cena se molda à estética norte-americana da magia. Contudo, ao passar pelo filtro do brasileiro, resulta-se numa mistura com o universo tupiniquim. Sobre o segredo principal, Gurguren dessa vez revela: comicidade. "Não sou aquele mágico tradicional e sério. O humor está muito presente nos números. O brasileiro gosta de se divertir". Soma-se ao tempero da graça, a interatividade. Ao mesmo tempo em que atos são realizados entre as poltronas ("como a cena de uma guerra entre o bem e mal", cita), o mágico convida espectadores a se tornarem assistentes durante a realização de números. Engana-se quem deduz que a montagem se configura apenas em graça. "Tem momentos de suspense e de drama", completa.

NúmerosPara tecer o espetáculo, produzido em 6 meses ("15 dias passei em Las Vegas assistindo e aprendendo", resume), Gurguren se utilizou do seu lado econômico. De um repertório extenso, aproximando-se de quatro horas de ilusão, escolheu menos de 40 truques para compor a montagem de 1h30. Ao seu lado, 20 artistas compõem a cena em que tradicional e contemporâneo se dão bem. Gurguren revisita clássicos como a mulher cortada ao meio ("ao invés de espadas, uso laser para dividi-la), a partner espetada ("não uma, mas duas mulheres saem da caixa perfurada por espetos"), a mulher que se transforma em pomba ou a inversão de papéis. "Fico amarrado a uma altura de três metros. Quando o pano sobe, minha assistente que está no chão vai para o meu lugar e eu para o dela".

Feito os de Herculano, há números em "Let's go Vegas" de presságio. Neste, Gurguren advinha a história contada pela plateia. Quando a narrativa chega ao fim, "abrimos uma caixa, fixada no teto do palco desde o início da sessão, e nos deparamos com a história proposta pelo público escrita no papel". Ao final, antecipa, a plateia deixa o teatro sob flocos de neve. Ousado como ele só, Gurguren comenta sobre o número que está prestes a finalizar. Inédito, frisa. Trata-se da máquina do rejuvenescimento. Conta pouco: "No número, que terá partes de humor, testarei com uma galinha, que virará pintinho e que voltará ao ovo. Depois, chega a vez do ser humano voltar ao tempo".
  
ServiçoO quê: "Let's go Vegas", com o ilusionista Gurguren
Quando: Sábado (13), às 20h30, e domingo (14), às 19h
Onde: Teatro de Arena Elis Regina (Rua Piauí, 1.080, Jardim Colina, Americana)
Quanto: R$ 30 (inteira), R$ 20 (antecipados) e R$ 15 (meia)
Informações:             (19) 3462-7395      

fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário