segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ilusionistas se apresentam em palcos ou de mesa em mesa, sem perder o humor


Após música e comediantes, bares de Belo Horizonte estão com mágica no cardápio





Marcos Vieira/EM/D.A Press
Deivid Perfection é adepto da close up magic, modalidade em que os truques são realizados próximo aao espectador.


























































Bar não é lugar só para beber e conversar. Também serve para divertir. Por esse motivo, músicos com seus banquinhos e violões são atrações fixas há muito tempo. Mais recentemente, a comédia stand up também tem marcado presença nos palcos dos restaurantes e botequins. Mas outra atração, embora menos notada, vem dividindo o espaço com os humoristas e músicos: os mágicos e seus truques.


Figuras menos constantes na mídia, em Belo Horizonte eles já se apresentam, com contratos fechados, em bares e restaurantes há mais de três anos. A diferença é que para eles o cliente não precisa pagar couvert artístico e só aceita o entretenimento quem quer.

À exceção do Mágico Renner, que se apresenta num palco, os demais ilusionistas da cidade fazem o que se chama de Close up magic. “Close up é o que o pessoal faz em bar. É mágica em close, de pertinho, para ser feita diante dos olhos dos espectadores com pequenos objetos. Um baralho, moeda ou pulseira. A mágica não é feita só diante dos olhos, mas também na mão dos fregueses”, explica George Rubadel. Mágico profissional há 11 anos, atualmente ele se apresenta às sextas-feiras em um restaurante da Pampulha.

Rubadel é do ramo da diversão, mas leva a profissão a sério. “Fui o primeiro brasileiro a fazer uma palestra sobre mágica para bares e restaurantes”, garante. Nas aulas, que ele conta já ter ministrado em São Paulo, Belo Horizonte e até mesmo Nova York, detalha os tipos de mágica mais apropriadas para se fazer nesses ambientes, ensina métodos de abordagem de clientes nas mesas e até o que não se deve fazer. “Você nunca deve se impor a uma mesa em que as pessoas estão no meio do jantar ou a um casalzinho num clima romântico”, explica.

Sobre gorjetas, Rubadel diz que aceitá-las ou não depende do acordo com a casa. Normalmente o contratante paga um cachê por hora e o mágico, ao chegar à mesa, avisa que a apresentação é uma cortesia. Se o patrão não se importar e o cliente desejar, a gorjeta será bem-vinda. Rubadel, que fala inglês, espanhol e “arranha” alemão, já chegou a faturar U$S 100 de gorjeta de um espectador europeu.

De rua Mas o dinheiro oferecido espontaneamente não é característica marcante do close up feito em bares. A gorjeta faz parte do cotidiano dos artistas que fazem a chamada Street magic. A mágica de rua é feita por um artista não contratado, que, eventualmente, pode abordar clientes de bares com mesas no passeio.

Mágico há 12 anos, Mister Jack conta que a apresentação nos bares começou graças aos profissionais de rua. “Ele acabou migrando para os bares porque passou a usar roupas melhores, fazer mágica melhor e os proprietários viram aquilo e perceberam que dava certo”, explica Jack.

Há dois anos e meio se apresentando semanalmente no mesmo bar, o profissional garante que depois de um período o público passa a frequentar a casa para assistir aos truques. “É uma atração atípica, diferente da música. A longo prazo você consegue fixar um público que também acaba indicando outras pessoas para te ver. Acho o show de mágica um diferencial”, aposta Mister Jack.

Indicação também é coisa que existe entre os mágicos. Os contratos com os donos de bares e restaurantes costumam ser flexíveis. Quando o ilusionista precisa fazer um evento fechado ou alguma apresentação que lhe seja mais rentável, ele geralmente passa a apresentação para o dia seguinte ou convoca um amigo para substituí-lo. Deivid Perfection é um bom exemplo. Sem dia certo, se apresenta em bares da Savassi, Lourdes, Sagrada Família e Gutierrez. 

A caminhada pela cidade não cessa. Como típico artista mambembe, na semana passada estava na Pampulha, substituindo Rubadel, que participava de um evento fechado. A vida dos mágicos é assim. Todos pagam as contas fazendo truques, mas não podem viver só dos bares. Eventos particulares, como festas de crianças, noivados, casamentos e formaturas estão no cardápio, bem como os encontros corporativos, em que alguns deles fazem palestras, shows de humor com truques ou apresentações de magia.

Os amigos Rubadel e Deivid se conheceram quando este ainda fazia mágica na rua. Há três anos ele percebeu que o close up de contrato fechado era mais rentável que o de gorjeta. Espalhando cartões de visita e com a demanda alta, já não precisa viver só da rua, sem saber com quanto vai chegar ao fim do dia.

Humor
Outro profissional experiente na área, Mágico Klauss também se apresenta em bares há três anos. O detalhe é que ele tem 19 anos. É Klauss quem entrega o segredo da melhor apresentação: “O grande truque da mágica de bar é saber quem quer e quem não quer vê-la”, brinca. Assim como os colegas, ele também usa o humor em suas aproximações, mas não faz dele sua grande estrela. “O truque faz parte de uma apresentação onde entram piadinhas, mas sou mágico, não humorista. A intenção é fazer um show de mágica bem-humorado e não um show de humor com truques”, resume o jovem ilusionista.

Diferentemente dos colegas que trabalham em bares, Mágico Renner faz suas apresentações em cima do palco. As ilusões são criadas lado a lado com as piadas. No ano passado ele se apresentou num bar na Savassi ao lado de George Rubadel. Este ano, se uniu aos comediantes Ceguinho e Kaquinho Big Dog para se apresentar semanalmente num restaurante da Pampulha, onde as pessoas vão pelo show, mas aproveitam para jantar. Até por isso, as mesas são vendidas antecipadamente.

Para escolher os truques, Renner fica de olho na diversão da plateia. “Tenho uma seleção e na hora decido o que usar. Meu termômetro é o tanto que o pessoal ri e se diverte. Não é só fazer mágica. Uso mágica como ferramenta de comunicação para levar diversão”, avisa Renner, que também ensina seu segredo sobre a melhor mágica a ser feita no bar: “Aquela que arrancar mais risadas”, conclui.


DE BAR EM BAR
» Mágico Renner
Comédia di Buteco, com Ceguinho e Kaquinho Big Dog

Quintas-feiras, a partir das 20h30, no Guanabara Grill, Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3.333, Pampulha. Ingressos: R$ 80 (mesa para 4 pessoas, não inclui jantar e bebidas). Informações:            (31) 3441-5595      .

» George Rubadel
Sextas-feiras, entre as 21h e as 23h, no Cocana Beer, Avenida Otacílio Negrão de Lima, 6.830, Pampulha. Entrada franca, sem couvert artístico. Informações:             (31) 3427-7315      .

» Mister Jack
Sextas-feiras, entre as 21h e as 22h, no Moinhos, Praça Francisco Miguel, 35, Centro, Ribeirão das Neves. Se houver música, será cobrado o couvert artístico. Informações:             (31) 3624-2730      .

» Mágico Klauss
Sextas-feiras, entre as 21h e a meia-noite, na Choperia Almanaque, Minas Shopping, Avenida Cristiano Machado, 4.000, 1° piso. Se houver música, será cobrado o couvert artístico. Informações:            (31) 3425-7233      .



fonte:
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_11/2011/10/10/ficha_teatro/id_sessao=11&id_noticia=44949/ficha_teatro.shtml

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